Louise Helene Schlemm e Lettícia Moraes em “Fome de si”, performance que encerrou o último EPA.
|
Queridos alunos,
É tempo de pensar no nosso próximo EPA. Para aqueles chegando agora e para os que andam com a memória fraca, o EPA é o nosso Encontro de Propostas Artísticas.
Mas, para além do significado destas três letras, há uma potência muito maior no que o EPA se propõe a ser e em sua realização. Concretamente, é um sábado onde a escola abre suas portas para as criações, expressões dos alunos, sejam elas quais foram, com liberdade total de linguagem, estética e conteúdo. A única limitação é a temporal: vinte minutos. Esta se faz necessária como um mínimo de organização deste encontro anárquico para que todos tenham espaço para a sua arte e também para prestigiar o trabalho dos colegas.
Letícia Zappulla, Laura Martinez, Lettícia Moraes, Louise Helene Schlemm,
Thaís Bezerra e Laura La Padula em “Fome de si”,
performance que encerrou o último EPA.
|
Cenas, performances, curta-metragens, dança, circo, esquetes, exposições de fotografias, desenhos, instalações… há espaço para toda e qualquer expressão artística. Traga a sua arte!
Para que o evento aconteça, essa explosão caótica de vozes dissonantes, precisamos de uma equipe de apoio. Se o evento propõe a liberdade total dos alunos de criação sem a interferência – apenas o estímulo e, porque não, a colaboração – direta de professores, a equipe não poderia ser formada se não por alunos!
A escola fornece todo o amparo, mas o objetivo é que de fato o EPA seja dos alunos. Teremos nossa primeira reunião de organização (principalmente voltada para a divulgação e provocações temáticas) na segunda-feira, 23/03, 18h. Faremos o lançamento oficial na quarta, 25/03, também as 18h. Contamos com a presença de vocês.
Intervenção de Diana Dall´Ovo no último EPA.
|
É tradicional que haja um tema norteador –não que este seja determinante para as obras apresentadas – para cada EPA, e neste não poderia ser diferente. A provocação-convocação é: “Precisamos falar de amor”. Amor, aqui, é mais do que o nome indica. Não é amor de mãe, nem por chocolate. Falamos, provocamos, brincamos com esse conceito pensando que não há nada que signifique mais amar além de humanamente ser. Ser. Existir, estar no mundo. Sentir na pele o vento que sopra. Ouvir os sons da cidade. Olhar, com olhos, peito e coração aberto, o outro. Se permitir afetar-se pelo que nos cerca. Arte atravessa. O que nos faz sentir que amamos não é mais do que o sentimento de ser rasgado arrebatado por algo que nos atingiu em cheio. Em tempos onde o ódio se torna mais comum que o afeto, precisamos falar de amor. Precisamos (re)conquistar nosso lugar no mundo. Ser, estar, permanecer, mudar, se afetar. Transformar o afeto em verbo e desse verbo extrair ação. Humanamente ser.
O EPA, sigla tão mutável de um evento que tanto já se modificou mas permanece sendo o que é, pode ser, agora, porque não, um Encontro de Possibilidades de Afetar-se.