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No último sábado, 07/12, às 14h, em aula destinadas às turmas da Pós-graduação em Direção e Atuação, o evento foi aberto aos alunos da Graduação e do Técnico e contou a presença de integrantes do Núcleo de Estudos Afro-brasileiros da Escola Superior de Artes Célia Helena tiveram a oportunidade de conversar com Clayton, que estudou e lecionou no Célia. O encontro aconteceu no Galpão da escola, localizado no bairro do Itaim, em São Paulo (SP).
Durante o caloroso bate-papo, o premiado ator, diretor, professor e pesquisador falou sobre sua formação, trajetória e relação com o Célia Helena, onde iniciou seus passos nas artes cênicas na Casa do Teatro, aos 8 anos de idade.
Racismo estrutural em cena: passos de Clayton Nascimento pelos palcos do mundo
"Eu nunca pensei que de lá do Jabaquara, brincando de polícia e ladrão no meio de um tiroteio, eu fosse parar no teatro, escreveria uma peça premiada que me possibilitaria viajar pelo país e conhecer o mundo."
Ferramenta privilegiada de um bom narrador, a voz potente de Clayton envolve a plateia com sua história, desfiando a trama que o trouxe ao palco, ainda na infância.
Nessa história, a violência é presença marcante.
"Eu morava em uma região muito violenta nos anos 1990. Um dia, brincando de polícia e ladrão na rua, vi minha mãe correndo. Não entendi nada: minha mãe também está brincando? Depois soube que havia um tiroteio e ela estava tirando as crianças da rua. No dia seguinte, minha mãe, que era manicure, comentou sobre o acontecido com uma cliente, que aconselhou minha mãe a me matricular em uma escola de teatro.”
A escola era a Casa do Teatro.
“Na minha infância, pessoas negras periféricas não faziam teatro. Quando cheguei aqui não sabia o que era fazer teatro, para mim era só brincar. Hoje eu posso dizer que o teatro me faz comer e dormir melhor”
Paulistano criado no bairro do Jabaquara, Clayton iniciou na Casa do Teatro aos 8 anos como aluno bolsista. Permaneceu no Célia Helena por 15 anos, fez o curso técnico e, aos 23 anos, cursou teatro na Escola de Comunicações e Artes da Universidade de São Paulo (ECA/USP). Após a graduação, ingressou na Escola de Artes Dramáticas (EAD) da USP, onde desenvolveu sua pesquisa de mestrado.
Vencedor de dois prêmios Shell e um prêmio APCA, Clayton é autor e intérprete em Macacos, peça que lhe rendeu prêmios de Melhor Diretor, Ator, Dramaturgia e Montagem em Festivais de Teatro em Curitiba, Rio de Janeiro e Amazonas. Em 2023 iniciou uma nova temporada na capital carioca, sendo aplaudido de pé por nomes como Fernanda Montenegro, Neusa Borges, Renata Sorrah, Marieta Severo, entre outros.
A peça aborda a questão do racismo e conta a história do Brasil da perspectiva de pessoas e segmentos sociais excluídos. Entre essas pessoas, está Terezinha Maria de Jesus, mãe do menino Eduardo, de 10 anos, que foi executado em 2015 com um tiro de fuzil por um policial militar na porta de sua casa, na favela do Alemão, no Rio de Janeiro. Na época, o inquérito da Polícia Civil concluiu que os policiais agiram em legítima defesa, ao trocar tiros com criminosos, e balearam Eduardo acidentalmente, apesar de testemunhas dizerem o contrário. Em novembro de 2015, a polícia alegou “falha na execução” e, sete meses depois do crime, o processo foi arquivado pela Justiça.
O caso seria mais uma entre as inúmeras tragédias envolvendo violência policial contra populações mais vulneráveis. No entanto, há dois anos, quando Clayton estreou com a peça Macacos, a história na perspectiva de Terezinha ganhou repercussão. Diante da pressão popular e do surgimento de novas provas, o Ministério Público do Rio de Janeiro (MPRJ) determinou, em setembro do ano passado, o desarquivamento da investigação.
O trabalho de Clayton, tanto no teatro como na televisão, tem gerado de fato grande comoção e mobilizado olhares para as questões que ele aborda. Nesta terça-feira, 10/12, Clayton foi convidado ao Supremo Tribunal Federal para fazer uma fala pública sobre suas pesquisas acerca do racismo estrutural no Brasil.
Em diálogo com a plateia, Clayton conta como nasceu o espetáculo Macacos, que tem causado impacto ao mergulhar nas estruturas do racismo brasileiro, construídas desde a colonização e presentes até hoje por meio da violência e da exclusão por parte do Estado e da sociedade contra as populações negras.
"Macacos nasceu como uma cena curta. Fora de São Paulo, há muitos festivais de peças curtas, com duração de 7 a 30 minutos. Eu tinha o esqueleto da peça pronto, com 15 minutos. Como no Rio de Janeiro há muitos festivais de cena curta, que premiam peças, inscrevi Macacos para me apresentar em um deles e recebi alguns prêmios em dinheiro. Isso foi muito importante para mim na época"
Nesse processo, Clayton passou a pesquisar festivais de cena curta pelo Brasil para inscrever sua peça. Além do Rio, estados como Minas Gerais, Maranhão e Amazonas também tinham diversos festivais para espetáculos nesse formato. À medida que era chamado a se apresentar, a peça começava a ser conhecida e premiada, o que possibilitou Clayton levar o espetáculo para diversas regiões do país. “Viajei o Brasil inteiro com um espetáculo de 15 minutos, que ia crescendo”, revela o ator. Isso o estimulou a participar de editais para montar uma peça longa e retornar com ela em todos os locais por onde passou.
Mas daí à realização desse projeto houve um longo caminho. Além da grande concorrência para ganhar um edital, o fato de ser um ator ainda pouco conhecido, com um monólogo sobre o tema do racismo estrutural brasileiro, dificultava a concretização desse sonho. Há oito anos, falar de racismo estrutural no Brasil numa peça soava estranho, afirma Clayton. Diante da dificuldade em encontrar parceiros para o projeto, ele decidiu assumir sozinho a empreitada, convicto da força desse projeto:
"Eu tinha uma sensação interna muito forte de que havia um conteúdo para trazer ao público. Quando eu estudava na USP, tinha um caderno, que chamava de 'Minha futura peça'. Lá eu anotava coisas que eu pensava: a população não sabe disso, eu tenho que falar isso para as pessoas! Eu pensava: a dona Maria vai entender isso? Porque é importante que a dona Maria entenda."
Durante sete anos, Clayton se inscreveu em editais, sem sucesso. Nesse meio-tempo, veio a pandemia de Covid-19 e tudo parou. “Bom, agora está todo mundo no mesmo barco. Vou aproveitar esse tempo para escrever minha peça”, conta.
A realidade pós-pandemia escancarou o cenário de vulnerabilidade social da população negra, a mais atingida pelos efeitos da pandemia viral. Além disso, monólogos passaram a ser bem-vindos. O cenário mostrava-se aberto para Clayton. “Após dois anos dedicado à escrita, eu já tinha material para estrear a primeira temporada. Participei dos editais que voltaram a ser abertos na etapa final da pandemia e fui selecionado em último lugar”, conta. Com a verba do edital, ele pode montar a peça em formato longo. Em 2025, a peça será apresentada no Amazonas, Maranhão e demais localidades cujas histórias contribuíram para que o espetáculo se tornasse o que é.
Este ano, Clayton apresentou Macacos em 10 países, entre eles Uruguai, Estados Unidos, Portugal, Holanda e Rússia. Com a grande repercussão nacional e internacional conquistada pela peça, Clayton conta agora com uma equipe de produção, mas segue na direção do espetáculo. “Ter trabalhado oito anos sem estrutura, quando se trata de uma peça que é um monólogo de um ator negro falando sobre racismo, revela algo sobre o Brasil”, reflete.
"No meu hoje, aqui e agora, Macacos é um divisor de águas. Com 15 minutinhos. Por isso eu digo para vocês: desenvolvam o que vocês têm em mente. Não se limitem ao que as pessoas dizem. Eu acredito que atores e atrizes têm dentro de si um termômetro muito honesto. Eles e elas sabem quando uma apresentação foi boa, quando têm um projeto interessante nas mãos, o que precisam melhorar. Eu confio muito nesse termômetro interno, que pode ser a intuição, ou seu próprio trabalho."
Racismo e discriminação
Para Clayton, o teatro tem o potencial de democratizar informações para populações historicamente excluídas. A educação brasileira funciona como um funil. À medida que avançam as etapas escolares, menores as chances de pessoas periféricas e negras seguirem os estudos, por diversas razões: econômicas, sociais, culturais. A universidade é a etapa mais excludente.
"Quem são as pessoas negras periféricas que estão nas graduações, nos mestrados e doutorados? Quando estava no mestrado e a professora falava sobre esse afunilamento da educação, eu olhei ao redor e me vi sozinho, negro, periférico, naquela sala da pós-graduação. As pessoas negras não podem entrar na USP às 15h da tarde para assistir a uma aula. Eu tenho o dever de contar para o povo o que é o funil da educação brasileira. Então, meu primeiro impulso de montar uma peça veio desse sentimento de dever de democratizar informações"
“A maioria dos meus contratantes e das plateias para quem me apresento são pessoas brancas, o que também revela quem pode ou não pagar para frequentar o teatro. Por isso, uma de minhas regras é: toda escola, todo professor, qualquer pessoa que me mandar e-mail pedindo ingressos gratuitos eu libero”
O ator destaca a importância da pesquisa na composição do texto cênico.
“Eu fiquei cinco anos estudando para passar na USP e oito para entrar na EAD. Mas não me arrependo, tudo isso me fortaleceu. Eu entrei maduro na graduação. Durante os anos em que estudava, eu tinha o caderninho da minha futura peça. E era muito forte em mim a convicção de que tinha informações importantes que eu estava obtendo da universidade para compartilhar com a sociedade. Para mim, era uma questão de justiça social vencer um edital e montar minha peça.”
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Processo criativo de Macacos
Sobre o título da peça, Clayton revela: “O primeiro nome que me veio foi Rapsódias de um homem negro – péssimo”, brinca. Um dia, assistindo à TV, ele viu torcedores chamando um jogador de futebol de macaco. O ano era 2014. “Nesse momento me deu um clique. Todo mundo sabe que isso é crime, sabe que está sendo filmado e mesmo assim faz isso! Então pensei: são forças históricas que autorizam essas pessoas. Eu preciso pesquisar a origem desse xingamento. Foi assim que decidi intitular minha peça de Macacos“, conta.
Sobre seu processo de criação, ele conta:
"Meu método era montar a peça fisicamente, para perceber o que estou falando e do que a peça precisa. Depois transformava isso em texto. Muitas pessoas fazem o oposto: criam o texto e levam para o corpo. Eu tinha a necessidade de partir do corpo, porque estava escrevendo, me dirigindo e interpretando. No meio da pandemia, eu colocava o celular na minha frente para gravar as cenas e depois assistia. Um trabalho muito artesanal, que teria levado muito menos tempo se tivesse alguém me dirigindo. Depois da peça pronta é que eu transformei em dramaturgia. Mas o trabalho não para aí. Depois da estreia, a peça continuava quente, porque o assunto e o conhecimento não acabam. Hoje em dia, há mais cenas na peça que na dramaturgia."
Nas primeiras apresentações, ainda em formato de peça curta, Macacos já apresentava uma estrutura próxima do se tornaria hoje: a entrada, o monólogo da mãe e uma parte histórica sobre a escravidão no Brasil. “Eu sou de São Paulo e ia me apresentar no Rio de Janeiro. Então pesquisava algum episódio local sobre a história da escravidão brasileira que ainda não estava nos livros didáticos”, conta. Para isso, ele pesquisava nas bibliotecas na Universidade de São Paulo, onde estudava.
Nas apresentações internacionais, ele ainda adota essa metodologia. “Como fomos colonizados, muitos países têm relação com a nossa história”. Quando foi à Holanda, por exemplo, Clayton compôs um episódio sobre a tentativa holandesa de colonizar Olinda, em Pernambuco. Na turnê, além da equipe de produção, ele é acompanhado por Terezinha. “Ela tem recebido muitos convites da imprensa internacional. As pessoas ficam impactadas com a situação da segurança pública no Brasil.”
Uma das cenas que mais emocionam as pessoas é a carta da mãe, escrita pela própria Terezinha: “Eu a convidei para escrever uma cena: o que você gostaria de dizer? Então ela escreveu uma cena de carta. Eu dei uma mexida aqui e ali, porque se trata de uma obra artística, e integrei à peça”.
Como traz muitos dados históricos, o texto passou pela leitura crítica de vários historiadores para checarem dados e fatos, a fim de não comunicar informações erradas. Trechos da peça já foram utilizados em livros didáticos do município de São Paulo e do estado do Ceará. Sua leitura também está indicada na lista do vestibular de uma universidade carioca, e pela Martins Pena, no Rio de Janeiro, primeira escola de teatro do Brasil. Além disso, a Unicamp está fazendo uma montagem estudantil de Macacos, que não terá formato de monólogo: “Estou louco para assistir”, revela.
Um dos deveres que Clayton estabeleceu para si mesmo era o de que “a dona Maria entendesse a peça: “Isso é importante ao falar sobre a estruturação do racismo no Brasil. Tem uma cena que eu conto por que as mães negras até hoje dizem: ‘Não esquece de levar o RG, filho!’ Essa frase perdura em nosso país há 200 anos. Precisamos estudar sobre tudo isso”.
Experiências audiovisuais
"Eu já tinha algumas experiências com audiovisual, participando de curtas de amigos e alguns longas. Mas fazer novela para mim era um desafio porque pensava que em TV o ator não pode ser expansivo. Na primeira semana eu mal me mexia em cena, mas ao longo do tempo eu vou ficando mais à vontade. Passei os primeiros meses observando e entendi que, como ator, eu preciso compreender como funcionam as lentes do audiovisual. Quando comecei a entender essa linguagem, a novela estava acabando"
Clayton revela que essa experiência despertou a necessidade de estudar como se escreve um roteiro para TV e a possibilidade de levar o teatro para a televisão. Isso acabou gerando o convite para participar de Falas Negras, especial da Rede Globo exibido desde 2020 em 20 de novembro, quando se celebra o Dia da Consciência Negra no Brasil.
"A primeira vez que eu pisei na Globo foi para ser preparador de elenco em Falas Negras. Em um ano, eu me tornei roteirista, diretor e apresentador. Isso me mostra a importância do trabalho: é isso que vai levar vocês longe na carreira", ressalta. "No Célia Helena eu li muitas peças de teatro. Faz parte do processo de seleção de uma peça ler muitos textos. Assim eu aprendi a escrever para teatro. Mas na TV o roteiro é o mais breve possível."
Para escrever o programa Falas Negras, Clayton recebeu formação da roteirista Mariana Jaspe. A única regra preestabelecida pela Globo era que o episódio fosse um experimento social. A partir daí, Clayton montou uma cena de tribunal com a presença de jurados. O episódio simula um julgamento com base no reconhecimento fotográfico de suspeitos, conhecido como “catálogo de suspeitos”. O tema tem forte relação com o racismo estrutural: estatísticas mostram que oito em cada dez pessoas presas injustamente por meio do “catálogo de suspeitos” são negras.
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“O alcance da televisão é muito poderoso, você entra na casa das pessoas. Exige muita responsabilidade mas ao mesmo tempo movimenta estruturas”, analisa Clayton ao se referir ao convite para fazer uma fala pública no STF na última terça-feira.
Além de dar mais visibilidade à questão do racismo estrutural no Brasil, o trabalho de Clayton conseguiu um feito inédito: gerar pressão popular a ponto de impulsionar a reabertura de um inquérito arquivado na justiça. Esse fato revela o impacto que um conteúdo artístico e audiovisual pode ter na sociedade, ao problematizar fenômenos e situações naturalizadas, gerando comoção pública e, em longo prazo, mudanças reais.
Universidade e Movimento Negro
Clayton conta que foi na universidade que se descobriu um homem preto:
"Meu pai dizia: 'Filho, você vai nascer pela segunda vez', e eu não entendia o que ele queria dizer. Depois é que eu compreendi que nascer a segunda vez é quando a gente se descobre preto dentro de uma sociedade. Então pensei: sou filho de uma manicure e de um encanador, tenho o dever de estudar. Busquei todos os livros sobre todos os dramaturgos que eu conhecia: negros, não negros, de dentro e de fora do Brasil. Vi a Angela Davis em uma palestra na História, a Lilia Schwarcz na Arquitetura. Isso é uma das coisas maravilhosas em fazer faculdade".
Foi também na universidade que teve contato a primeira vez com o Movimento Negro. “Naquela época, era impensável ter um núcleo negro dentro de uma instituição de ensino, como temos agora no Célia Helena”, referindo-se ao Núcleo de Estudos Afro-brasileiros (Neab). “Isso me dá muito orgulho, pois eu vejo que as coisas estão caminhando”, comemora.
Como próximos passos, Clayton declara o plano de fazer um curso de roteiro para audiovisual. “Estou muito apaixonado pela linguagem audiovisual, mas preciso aprender mais.” Ele também revela que pretende voltar a dar aulas no ano que vem: “Estou me organizando para isso”, afirma.
Infância e teatro
"Minha família veio do Piauí. Meu pai é um sertanejo contador de estórias. Ele sempre dizia: 'Pra contar bem uma história você tem que ficar de pé'. Agora eu entendo que ele estava me ensinando a importância de usar o corpo para se comunicar. Ele me transmitiu essa lição de contar a história das pessoas, criar clímax, inventar um pouquinho pra ficar interessante.”
Trazendo como bagagem esses saberes, talentos e experiências familiares, o menino Clayton deu seus primeiros passos pelas artes da cena. Sua relação com o Célia Helena nasce das brincadeiras e vivências na Casa do Teatro.
"Eu tenho muito respeito por esta escola. O Célia conheceu meus pais, foram eles que me trouxeram para cá, então faz muito sentido eu estar aqui de volta. É uma forma de ressignificar minha caminhada. E uma das minhas maiores alegrias é ter me tornado professor aqui onde eu fui aluno bolsista. Isso é muito valioso para mim. Minha passagem por aqui virou um episódio em Macacos, quando eu conto como chego ao teatro", declara.
Entre os aprendizados construídos no Célia Helena, Clayton destacou o uso do corpo e a interpretação. Em tom bem-humorado, Clayton incentiva os estudantes a investir em sua formação: “Depois vocês não vão ter tempo de ler Édipo Rei. Aproveitem agora!”.
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Após a palestra, Clayton conversou com a equipe de comunicação do Célia Helena e celebrou a presença de mais estudantes negros e negras. “Isso significa que a escola está conectada. Os tempos estão vivos e, assim como o teatro, a gente sempre olha pra frente.”
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Matéria por:
Tamara Castro
Educadora, poeta, editora de textos e bordadeira. Bacharel em Letras e mestre em Cultura, Organização e Educação (USP).