
Neste mês de março, a Escola Superior de Arte Célia Helena (ESCH), por meio do programa de Mestrado Profissional em Artes da Cena e do Núcleo de Estudos Afro-Brasileiros e Indígenas (NEABI), e a PELE Negra — Escola de Teatro(s) Preto(s) realizam mais dois módulos do curso de extensão Estudos em Teatro Negro. São eles:
Módulo VI
- Teatro Negro, Teatro do Oprimido e Psicodrama: Práticas de Intervenção para uma Educação Descolonizadora e Antirracista
Módulo IX
- Formação de Cineastas no Brasil: Perspectivas de Gênero, Raça e Mercado Audiovisual
As inscrições, gratuitas, estão abertas de 10/03 até 17/03 (Módulo VI) e 17/03 (Módulo IX), às 9h, no site do Célia Helena.
Módulo VI: Teatro Negro, Teatro do Oprimido e Psicodrama
DURAÇÃO
10 encontros semanais
DATA
de 17/3 a 26/05
HORÁRIOS
segundas-feiras,
das 17h às 18h
FORMATO
On-line via zoom
Módulo IX: Formação de Cineastas no Brasil
DURAÇÃO
9 encontros semanais
DATA
de 18/03 a 13/05
HORÁRIOS
terças-feiras,
das 19h às 20h30
FORMATO
On-line via zoom
Módulo IV
- estudantes e profissionais de teatro, psicologia e ciências sociais;
- artistas e pesquisadores com interesse em teatro e processos de descolonização;
- educadores e agentes culturais que buscam ferramentas teatrais para fomentar a diversidade racial e a descolonização do conhecimento;
- qualquer pessoa comprometida com a luta antirracista e interessada no teatro como instrumento de transformação social.
Módulo IX
- estudantes e profissionais de cinema e audiovisual;
- pesquisadores e acadêmicos das áreas de artes, comunicação e ciências sociais;
- interessados em políticas culturais e diversidade no setor audiovisual.
Cinco décadas do Teatro do Oprimido

A abertura do módulo Teatro Negro, Teatro do Oprimido e Psicodrama está vinculada à celebração dos 50 anos do Teatro do Oprimido no Brasil. Criado nos anos 1970 pelo diretor de teatro, dramaturgo e ensaísta brasileiro Augusto Boal (1931-2009) é uma abordagem metodológica que usa técnicas e exercícios teatrais para propor reflexões críticas e ações transformadoras da sociedade. Por sua relevância e efetividade, a metodologia ultrapassou o território das artes cênicas brasileiras, passando a ser aplicado em diversas áreas, como educação, saúde, assistência social, direitos humanos e movimentos sociais e se tornando conhecido mundialmente. Em 1975, em plena ditadura militar, Boal, à época exilado na Argentina após ser preso e torturado, lançou Teatro do Oprimido e outras poéticas políticas, primeiro livro sobre essa metodologia. Cinco décadas depois, a obra ganhou o mundo, sendo traduzida em mais de 30 idiomas diferentes, e seu método praticado nos cinco continentes do planeta.
Entre as atividades que celebrarão a data, está o lançamento do módulo VI do curso de extensão Estudos em Teatro Negro, intitulado “Teatro Negro, Teatro do Oprimido e Psicodrama: Práticas de Intervenção para uma Educação Descolonizadora e Antirracista”. A iniciativa é uma parceria entre o Núcleo de Estudos Afro-Brasileiros (NEAB) da ESCH, a PELE Negra — Escola de Teatros Pretos, o Centro de Teatro do Oprimido da Bahia (CTO-BA) e o Grupo de Estudos Virtuais do Teatro do Oprimido (GETVO). Organizado por Daniel Russell, mestrando em Artes da Cena pela ESCH, sob orientação do ator, diretor, professor e pesquisador Licko Turle, o módulo inicia no dia 17 de março. Serão 10 encontros semanais, todos em formato on-line, via zoom.
Licko Turle, que criou, com Augusto Boal, o Centro de Teatro do Oprimido, em 1986, no Rio de Janeiro, conta um pouco mais sobre o mote de lançamento do módulo:
“Relembraremos os 50 anos de publicação da obra Teatro do Oprimido e outras poéticas políticas, um dos livros mais importantes do dramaturgo brasileiro Augusto Boal e um marco na história do teatro mundial. A obra apresenta uma reflexão profunda sobre o papel político do teatro na sociedade ocidental, propondo uma nova poética (fortemente influenciada pela Pedagogia do oprimido de Paulo Freire), em que o público deixa de ser apenas espectador e passa a ser espect-ator, participando como produtor na reconstrução da cena.”
Além disso, o dia 16 de março, aniversário de Boal, data instituída pelo Senado brasileira como o Dia Nacional do Teatro do Oprimido, será marcado por eventos e atividades alusivas ao método em todo o Brasil, comenta Licko Turle:
Cinema, interseccionalidade e mercado audiovisual
A outra novidade do curso de extensão Estudos em Teatro Negro é a abertura do Módulo IX: Formação de Cineastas no Brasil: Perspectivas de Gênero, Raça e Mercado Audiovisual. Ao longo de nove encontros semanais, as pessoas inscritas participarão de reflexões sobre o cinema negro com foco na formação das roteiristas negras.
O módulo, que inicia no dia 18 de março, acontecerá em formato on-line, via zoom. A organizadora é a roteirista e Maíra Oliveira, pós-graduanda do programa de Mestrado Profissional em Artes da Cena da ESCH, e a orientação é do professor Licko Turle.
Inovação em pesquisa e práticas profissionais em Artes da Cena
O Programa de Pós-graduação Profissional em Artes da Cena da ESCH, inaugurado, em 2017, é um marco na área de artes da cena no Brasil, ao lançar o primeiro curso de mestrado profissional na área. As pesquisas realizadas ao longo destes anos promovem capacitação qualificada e inovadora a profissionais das artes e da cultura, em suas irradiações pela criação artística, pela pedagogia, pela gestão e pela mediação cultural.
Em outubro de 2024, a ESCH tornou-se a primeira instituição brasileira a ter um curso de Doutorado Profissional na área. Essa conquista reflete anos de pesquisa de qualidade, a constante busca de inovação e de impacto para qualificar recursos humanos e para contribuir com avanços nos campos da cultura, da educação e das artes. Em breve, publicaremos mais informações sobre o curso de Doutorado.