Cem anos de Sérgio Cardoso no Célia Helena (por Samir Yazbek) | Escola de Teatro Célia Helena

Cem anos de Sérgio Cardoso no Célia Helena

Por Samir Yazbek (dramaturgo e professor do Célia)

O evento para celebrar o centenário do ator, diretor e cenógrafo Sérgio Cardoso, realizado no Teatro do Célia, do Célia Helena Centro de Artes e Educação, no último dia 27 de maio, que tive a alegria de mediar, destacou a importância daquele que foi um dos maiores atores que o nosso país já teve.

Após a exibição do tocante documentário “100 anos de Sérgio Cardoso”, dirigido por Hermes Frederico, diretor e professor da CAL (Casa de Artes de Laranjeiras), no Rio de Janeiro, tivemos um bate-papo com Lígia Cortez, atriz e diretora do Célia, Sylvia Cardoso Leão, médica e filha de Sérgio Cardoso e Nydia Licia, e Rodrigo Audi, diretor e professor da escola.

O encontro, como um todo, conduziu, em meio a uma corrente de afeto, a elaboração de uma teia de lembranças que compõem a história do teatro brasileiro.

Sylvia comoveu ao contar seu processo de resgatar e trazer a público a memória de Sérgio Cardoso, com arguta consciência da importância do legado do pai para as novas gerações.

Lígia revelou que o grande ator Raul Cortez, seu pai, considerava Sérgio Cardoso um farol artístico, citando como, para Raul, fora um marco a atuação de Sérgio em “Hamlet”, quando o diretor Paschoal Carlos Magno considerou este o maior ator brasileiro.

Audi traçou um painel do teatro nacional, destacando o papel crucial de Sérgio Cardoso em sua modernização, ao lado de outros artistas e companhias que até hoje reverenciamos.

Confira a seguir alguns trechos da roda de conversa:

Foi, sem dúvida, uma noite mágica, com a presença de importantes personalidades do nosso teatro e da nossa cultura, como a atriz Miriam Mehler, o ator Fúlvio Stefanini, sua mulher Vera Stefanini e os filhos, o diretor Léo Stefanini e o ator Fúlvio Filho, o dramaturgo Alcides Nogueira, a atriz Tuna Dwek, o diretor Emerson Danesi, o dramaturgo Sérgio Roveri, o ator Gabriel Braga Nunes, o diretor Ruy Cortez, o ator e cenógrafo Marcelo Bacchin, os jornalistas e críticos Atilio Bari (TV Cultura) e José Cetra (Palco Paulistano), a presidente do conselho da TV Cultura, Neca Setubal, o museólogo Fábio Magalhães, os conselheiros do Célia Helena Centro de Artes e Educação, Edilah Biagi e Ulisses Cohn, o neto de Sérgio Cardoso, Pedro Cardoso Leão, além de professores, funcionários e alunos do Célia.

Com as falas de Mehler e de Stefanini, que conheceram e trabalharam com Sérgio Cardoso, e de outros que deram seus depoimentos, pudemos notar o quanto esse encontro não apenas celebrou o passado, mas também ajudou a prospectar o futuro, sob o estímulo do comprometimento e da ética profissional de Sérgio Cardoso. 

Encerramos a noite gratos pela oportunidade de compartilhar essa cadeia de eventos e de promover, uma vez mais, a prática e a reflexão do nosso ofício, no campo do Teatro, da TV e do Cinema. 

Essa sempre foi, a propósito, a missão artístico-pedagógica do Célia Helena Centro de Artes e Educação, uma instituição que vem, há quase meio século, cultuando a memória dos que fizeram a história das nossas artes cênicas, sem deixar de contribuir para a sua evolução.


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