Saímos do mundo dos dispositivos e vivemos no mundo dos Apps.

As novas habilidades digitais que conquistamos, relacionadas aos nossos novos hábitos perceptivos e cognitivos, fizeram de nós Corpos Apps de subjetividades indexadas (Katz, 2014).

É momento de produzir reflexão crítica sobre os nossos atuais processos de subjetivação, levando em conta o alcance e a extensão deste Corpo App que agora impera.

As grandes empresas de tecnologia gerenciam as formas de comunicação em rede e transformaram a vida privada em informação pública, aniquilando nossa esfera erótica pervertendo-a em Pornocracia (Alixandre, 2021).

A tecnologia se aproxima cada vez mais do corpo, o mundo povoado por telas, no qual nos reconhecemos, tende a desaparecer. O corpo softwarizado cognitiva e psiquicamente já funciona como um App. Agora as coisas precisam se avatarizar, por isso o Metaverso precisa ser compreendido como um novo processo de desubjetivação.

A espetacularização do cotidiano postada nas redes e a comunicação instantânea através de imagens, ao custo do abandono das práticas reflexivas tem ocupado o lugar do conhecimento.

Se os apps nos auxiliam a resolver problemas, agora os processos de automação, robôs e

I.A. generativas prometem resolvê-los por nós.

Neste contexto, cabe identificar as implicações na produção de subjetividade, cognição, afetos e valores do modo de viver onoff-line que agora nos constitui.

E a educação, que papel tem neste mundo softawarizado? E a arte, o que pode diante da plataformização da vida?

A hipótese deste curso é a de que faz parte do aperfeiçoamento dos educadores refletirem sobre a relação tecnologia e corpo, e, sobretudo, reconhecer corpo e arte como tecnologias na educação.

Este é o convite!

OBJETIVOS GERAIS

Estudar a filosofia da educação a luz da indisciplinaridade, propondo a vinculação entre prática e teoria. Praticar o pensamento crítico e compreendê-lo como fenômeno complexo.

OBJETIVOS ESPECÍFICOS

Desenvolver habilidades do pensamento crítico através de autores e debates.

Construir competências críticas e filosóficas em torno das questões contemporâneas da educação. Capacitação para construir leituras complexas, construir argumentos consistentes a partir de uma perspectiva crítica sobre a relação entre corpo, tecnologia e seus efeitos na educação.

Apresentar referencias práticas/teóricas para ampliar o conhecimento sobre o contexto atual. Colaborar com a elaboração da autonomia intelectual e politica dos participantes

Escapar da dicotomia máquina X humanos, artificial X natural e pensar a tecnologia como aliada nos processos educacionais.

METODOLOGIA

O curso será online, transmitido ao vivo pela plataforma Zoom, o professor fará a apresentação dos conceitos e desenvolverá debates a luz das perspectivas apresentadas. Promove discussões sobre o conteúdo bibliográfico ou sobre situações políticas e fenômenos midiáticos históricos e/ou atuais.

AVALIAÇÃO

O aluno será convidado a autoavaliar-se, avaliar o curso e participar da avaliação de seus colegas. O processo de avaliação é entendido como um exercício de formulação e aplicação de critérios acordados pelo grupo a priori.

PROGRAMA

Primeiro eixo: Efeitos psíquicos:

28/10 – Apresentação da ementa e programa + introdução aos conceitos de Corpo App na Escola

04/11 – A psicopolítica das telas e os efeitos subjetivos

Segundo eixo: Sequelas Cognitivas:

11/11 – Cognição e tecnologia – o funcionamento do cérebro diante das telas e a mutação dos afetos

18/11 – Diversidade neural e os padrões de hábitos perceptivos

Terceiro Eixo: Consequências Sociais e Políticas

25/11 – Redes sociais – O que de fato nos enreda e socializa?

02/12 – A ‘outrofobia’, o ‘comunitaricídio’ e a construção do sujeito Me, Myself and I.

09/12 – Avaliação.