Em 2012, a Escola Superior de Artes Célia Helena (ESCH) criava um teatro laboratório, o Estúdio da Cena, misto de incubadora, entreposto de criação e estação de reciclagem de artistas, pesquisadores, educadores e alumni, a exemplo do que acontece de forma perene em instituições congêneres inglesas, francesas e russas, por exemplo. O Estúdio da Cena sempre teve como objetivo aprofundar, fora do ambiente acadêmico, o trabalho de criação e montagem de um espetáculo teatral, sob a direção de um encenador com reconhecida carreira profissional. Uma ação comprometida em estimular a criação autônoma, a reflexão sobre o papel do ator e da atriz na sociedade de entretenimento, contribuir para a construção de um pensamento crítico no fazer cultural e a reflexão sobre o processo formativo integrado aos conteúdos teóricos e práticos.
Após a estreia em 2022, Noel, um musical, produção realizada pelo núcleo de pesquisa Estúdio da Cena do Célia Helena, deu continuidade à circulação do espetáculo, realizando apresentações no Teatro Municipal de Mauá, no dia 27 de março de 2023 e temporada no Teatro Paulo Eiró, de 21 de julho a 13 de agosto.
Com o apoio da Secretaria Municipal de Cultura, além da temporada realizada no Teatro do Célia, no período de 02 a 12 de novembro, o projeto alavancou ações para a formação de plateia, com a realização de espetáculos no Céu de Paraisópolis, no dia 20 de fevereiro de 2024 e na Escola Estadual Raul Cortez, no dia 21 de fevereiro. Para proporcionar experiências potentes de desenvolvimento e aprimoramento das capacidades de comunicação, expressão e interação, por meio do teatro integrado à música, de 17 a 22 de fevereiro, jovens e adultos participaram das oficinas especialmente criadas e desenvolvidas por profissionais do Célia Helena.
Uma das ações mais importantes, foram as programações de palestras abertas ao público para um encontro reflexivo sobre a importância da arte e da cultura para o desenvolvimento social. Ações que possibilitam o aprofundamento, fora do ambiente acadêmico, o trabalho de criação e montagem de um espetáculo teatral, com o objetivo de promover uma maior integração entre o ensino superior e ações de responsabilidade social e comunitárias.
Aos 45 anos da estreia de “O Poeta da Vila e seus Amores”, de Plínio Marcos e direção de Osmar Rodrigues Cruz, no então Teatro Popular do Sesi, a montagem de Noel, um musical, coincidiu com a comemoração dos 45 anos de fundação do Célia Helena e inaugurou o Teatro do Célia.
Noel, um musical: adaptação de texto clássico de Plínio Marcos, com encenação de Marco Antonio Rodrigues, direção musical de Marco França e colaboração dramatúrgica de Samir Yazbek. A montagem reuniu atores e atrizes formados artisticamente no Célia Helena e levou ao palco a trajetória do “poeta da Vila”, com seus amores, suas paixões, seus amigos e suas rivalidades. O enredo pontua três momentos históricos não cronológicos, que se conectam ao longo da montagem, trazendo o espectador para a década de 1930, época de Noel Rosa, o final dos anos 1970, auge da ditadura militar e da produção de Plínio Marcos e os tempos atuais.
Contemplada pela Lei Federal de Incentivo à Cultura (Lei Rouanet) e patrocinado pela Companhia Siderúrgica Nacional (CSN) via Edital de Incentivo à Cultura, o espetáculo fez temporada no Teatro do Célia no mês de novembro de 2022.
Conforme previsto como contrapartida pelo apoio recebido, o Teatro do Célia realizará no período de 17 a 22 de fevereiro, 4 oficinas de teatro direcionadas à jovens e adultos para proporcionar experiências potentes de desenvolvimento e aprimoramento das capacidades de comunicação, expressão e interação, por meio do fazer teatral integrado à música.
“Andorra”, de Max Frisch foi a obra escolhida por Renato Borghi: “Andorra é uma obra épica de Max Frisch. Foi a peça escolhida pelo Teatro Oficina para responder ao golpe militar de 1964. O texto retrata uma sociedade que se diz branca como a neve, mas onde, perante uma invasão estrangeira, todos se revelam covardes, omissos e caçadores de bruxas. Diante da invasão inimiga, os cidadãos andorranos procuram um bode expiatório. O escolhido foi um rapaz por nome Andri, um judeu adotado por uma família da cidade e muito querido por toda a comunidade até aquele momento. Porém, com a ameaça da invasão nazista, o rapaz passa a ser estigmatizado e perseguido pelos amigos e vizinhos de outrora. Andri acaba fuzilado e amputado pelos nazistas em praça pública, diante do silêncio dos moradores de Andorra.
Era a peça perfeita para responder ao golpe. Uma das máximas de Andorra era: “Quando se tem mais medo da mudança do que da desgraça, o que fazer para evitar a desgraça?” Essa peça foi um dos primeiros sucessos do Teatro Oficina, permanecendo anos em cartaz.
Com Andorra ganhei o primeiro prêmio Molière de minha carreira. Hoje, convido os ex-alunos do Célia Helena a participarem da montagem desta peça, que será dirigida por mim. Eu os convido para viver essa aventura comigo em mais um momento bastante significativo para o país. Representar é um dos maiores prazeres do homem”.
Com processo de montagem iniciado em 2015, a peça “Senta {sobre um ser humano} ”, Organização dramatúrgica a partir de fragmentos de vários autores teve a direção a direção do premiado ator e diretor Nelson Baskerville. Permaneceu em cartaz em São Paulo, na Oficina Cultural Oswald de Andrade e no Galpão do Folias.
Montagem de “Morte e Vida Severina”, de João Cabral de Mello Neto, com direção de Gabriel Miziara e Marco Antonio Rodrigues. Premiada no edital de Teatro Contemporâneo da Secretaria Municipal de Cultura de São Paulo, conquistou o apoio institucional para circulação de obras, tendo recebido vários prêmios em diversos festivais no Estado de São Paulo.
Na edição 2014, a montagem Luz no fim dos muros da cidade… e triste! contou com a direção e dramaturgia de Claudia Schapira. A narrativa surgiu a partir das histórias que os atores compartilharam com a dramaturga sobre situações patológicas urbanas, humanas e universais.
O projeto teve início em 2012 com o núcleo de criação da peça Odisseia, direção de Marco Antônio Rodrigues e dramaturgia de Samir Yazbek, em processo colaborativo com o elenco. No ano seguinte, os estudos desenvolvidos ao longo de 18 meses sobre a obra de Homero, concretizou-se na adaptação e montagem de Odisseia, sob o patrocínio da empresa Correios. A dramaturgia foi criada colaborativamente entre o grupo de atores, novamente sob a supervisão do dramaturgo Samir Yazbek. Contemplada pela Lei Federal de Incentivo à Cultura (Lei Rouanet) e patrocinado pela Empresa Brasileira de Correios e Telégrafos via Edital de Incentivo à Cultura, o espetáculo permaneceu dois anos em cartaz, realizando várias temporadas em São Paulo, capital e interior.