2ª Semana Arte e Sociedade | Escola de Teatro Célia Helena
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2ª Semana Arte e Sociedade

Diálogos interdisciplinares

A 2ª Semana Arte e Sociedade abre o semestre letivo do Célia Helena com diálogos interdisciplinares. Trazemos encontros sobre tópicos da cultura brasileira em conversas com parcerias internacionais que vêm conosco pensar o panorama da composição artística atual. Falaremos de assuntos que vão do espaço aberto (open space, natureza e cidade) até a reflexão sobre a arte cênica nascida na pura dramaturgia textual (Shakespeare), vislumbrando também nossas raízes (Dança afro) e a consolidação de novas vertentes na cena contemporânea (o Slam). Assim, iluminamos um discurso plural que escuta, olha e sente o aroma e o toque de um tempo presente e diverso, multifacetário, complexo, enxergando um futuro melhor por meio da arte e da diversidade cultural.

Alguns eventos são abertos ao público e outros exclusivos para nossas alunas e alunos.

REPRISE – A voz indígena no universo musical
13 de agosto de 2020, às 19h30 (evento aberto ao público)
Convidado: Kunumi MC

O rapper Kunumi MC conta e canta a luta da juventude indígena a partir de suas experiências pessoais no cruzamento das estéticas pop com as vitalidades do povo Guarani.

Kunumi MC é escritor, compositor e rapper. Guarani, ele mora na aldeia Krukutu (em Parelheiros, zona sul de São Paulo – SP), tem dois livros publicados, dois CDs gravados e participou de dois curtas-metragens na Europa. Gravou com o cantor Crioulo a canção Terra e mar. Kunumi MC está com 19 anos.

A presença indígena no contexto atual
11 de agosto de 2020, às 19h30 (evento aberto ao público)
Convidados: Marlui Miranda e Olívio Jekupé
Mediação: Elisa Ohtake

Diretamente da aldeia Krukutu, em Parelheiros (zona Sul de São Paulo – SP), Marlui Miranda, compositora e pesquisadora das tradições musicais indígenas, e Olívio Jekupé, poeta indígena e pesquisador, falam sobre artes, vitalidades, políticas e a respeito da situação de risco dos povos indígenas – que permanecem em constante movimento de superação, imersos em um cenário avassalador de violência e opressão apocalípticas no Brasil de hoje.

Marlui Miranda é cantora, compositora e importante pesquisadora do canto, dança, tradição e dos rituais indígenas do Brasil. Como intérprete, gravou, realizou e apresentou-se em turnês com diversos músicos e orquestras, tais como: Nana Vasconcellos, Rodolfo Stroeter, Orquestra Jazz Sinfônica, Egberto Gismonti, Milton Nascimento, Gilberto Gil, entre outros. Desenvolveu trilhas para filmes e séries. Compôs com Lelo Nazário a trilha do filme Hans Staden, de Luís Alberto Pereira, premiado pela Academia Alemã de Crítica (Preises der Schallplattenkritik) em 1999. Ganhou o Prêmio Chico Mendes de Meio Ambiente no ano de 2005 e a medalha do Mérito Cultural do MINC (Ministério da Cultura), em 2012, por seu extenso trabalho na defesa da música dos povos indígenas. Participou da composição para música incidental do filme Brincando nos campos do senhor, de Hector Babenco. Criou Fala de bicho, Fala de gente, adaptações da música do povo Juruna Yudja, lançado pelo Selo SESC em agosto de 2014.

Olívio Jekupé mora na aldeia Krukutu, em Parelheiros (zona sul de São Paulo – SP). É escritor de literatura nativa e poeta. Estudou filosofia na Universidade de São Paulo (USP) e já publicou 19 livros, sendo que dois deles (Ajuda do Saci e A mulher que virou Urutau) foram publicados em edições bilíngues. É casado e pai de quatro filhos (três deles são escritores). É também pai do rapper Kunumi MC. Membro do Núcleo dos Escritores e Artistas Indígenas (Nearin), foi um dos fundadores da Associação Guarani Nhe’en Porã.

 

Performing open space: the city and the nature
Com Sara Erlingsdotter
4 de agosto de 2020, às 11h
(evento exclusivo para alunos)

No encontro serão compartilhados pensamentos e experiências sobre como a arte performática pode interagir com a paisagem e a mudança climática, assim como consegue criar espaços abertos nas cidades, mesclando-se a elas, fazendo parte dos processos de planejamento e desenvolvimento urbano.

Sara Erlingsdotter é diretora, pesquisadora artística e professora. Natural da Suécia, seu trabalho é caracterizado por um forte foco na abordagem interdisciplinar, além do interesse em desenvolver interações entre as artes cênicas com o público e a sociedade. Já dirigiu mais de quarenta projetos para teatro e, nos últimos dez anos, suas atividades concentram-se no encontro entre música, teatro e paisagem/arquitetura, criando novos espaços de performance e lugares de encontro. Atualmente, desenvolve o Studio PAL (Performing Arts and Landscape), um projeto internacional com foco em como as artes performáticas e a paisagem/arquitetura podem se integrar em encontros artísticos.

O link de inscrição para este webinar está disponível no Portal do Aluno.

Aula “Dança afro – Reacender”
Com Solange Ferrera
5 de agosto de 2020, às 11h e às 17h
(evento exclusivo para alunos)

Um encontro especial para conhecer e vivenciar a prática da dança afro e observar a sua aplicabilidade no processo de conscientização corporal e da diversidade étnica e cultural. As raízes africanas e sua presença na formação da nossa identidade cultural são evidentes e estão entrelaçadas por costumes e diversificadas manifestações no território brasileiro.

Solange Ferrera é bailarina, coreógrafa, professora e arte-educadora. Ela é formada em Educação Física, balé clássico, jazz e pós-graduada em Dança e Conscientização Corporal. Concluiu especialização na Cia. Alvin Ailey (Nova Iorque – EUA) e na Danceability (São Paulo – SP). Solange é conselheira do Centro Cultural Africano e diretora da Cia Tribo. Possui trabalhos assinados por Zé Celso, Ulisses Cruz, Chico Espinosa, Eduardo Caetano, Ramiro Silveira, entre outros.

Os links para estas aulas estão disponíveis no Portal do Aluno.

Nossa Senhora das nuvens
De Aristides Vargas
Leitura dramática dirigida por Hugo Villavicenzio
6 de agosto, quinta-feira, às 9h e às 15h (evento exclusivo para alunos)

Elenco: Ana Elisa Ferreira, Clarissa Chaves Xavier, Gabriela Mota, Lana Carine, Lívia Giogia, Luísa Ascenção, Madu Arakaki, Mateus Vicente, Mateus Vicente, Milena Tomaz e Ton Carbones.

Bruna e Oscar são dois exilados latino-americanos que vivem sucessivos encontros à procura do seu passado e de si mesmos. O autor elimina as noções de tempo e espaço criando, assim, um clima de reminiscências surrealistas que emoldura as confidências dos protagonistas. Eles lembram episódios marcantes de suas vidas, na época em que moravam em um país imaginário chamado Nossa Senhora das nuvens. A peça fala sobre exílio, amor e lembranças. Mostra as diferentes formas de desterro a que é submetido o homem que tem de abandonar seu país e sua cultura.

Arístides Vargas nasceu na cidade de Córdoba (Argentina) em 1954 e aos dezessete anos fez sua estreia como ator. Foi para o Equador com vinte anos, vítima do exílio imposto pela ditadura em seu país. Fixou-se definitivamente em Quito, onde mora atualmente e fundou o grupo Malayerba, uma das mais importantes instituições do Teatro Latino-americano contemporâneo. Como dramaturgo, escreveu, entre outras peças, Jardim de polvos (premiada como o melhor espetáculo em Puerto Rico, no ano de 1997, e no Festival de Manizales, na Colômbia, em 1998); Pena (melhor espetáculo na Costa Rica, em 1999); e Nossa Senhora das nuvens, que ganhou o prêmio de melhor peça estrangeira no Festival de Havana (Cuba), em 2001, e acumulou os prêmios de melhor peça, montagem e interpretação do Festival de Teatro Alternativo de Barcelona (Espanha), no mesmo ano. Suas peças foram publicadas no Equador, Cuba, Espanha, Estados Unidos e traduzidas para o português, francês e inglês.

Os links de inscrições para estas leituras estão disponíveis no Portal do Aluno.

O Slam na cena contemporânea
6 de agosto de 2020, às 19h30 (evento aberto ao público)
Desenvolvido pelo Célia Helena em parceria com o Música-encontro
Convidados: Roberta Estrela d’Alva e Daniel Minchoni
Mediação: Luaa Gabanini

Um encontro on-line com a atriz-MC Roberta Estrela D’Alva e com o poeta Daniel Minchoni para conversar sobre a trajetória dos slams de poesia no Brasil, abordando como seus aspectos performáticos e caráter político-poético dialogam com o momento histórico atual.

Roberta Estrela D’Alva é atriz-MC, diretora, pesquisadora, diretora musical e slammer. Membro fundadora do Núcleo Bartolomeu de Depoimentos, Teatro Hip-Hop e do coletivo transdisciplinar Frente 3 de Fevereiro. É idealizadora e slammaster do ZAP!, primeiro poetry slam brasileiro (campeonato de poesia), e curadora do Rio Poetry Slam-FLUP, pioneiro poetry slam internacional da América Latina. Em novembro de 2014, publicou seu primeiro livro: Teatro Hip-Hop – a performance poética do ator-MC. Com Tatiana Lohmann, dirigiu o documentário SLAM – Voz de levante. Ao lado do escritor Marcelino Freire, Roberta é curadora da nova sala Falares do Museu da Língua Portuguesa. Recebeu o prêmio Shell de melhor atriz em 2012 por sua atuação no espetáculo Orfeu mestiço, uma hip-hópera brasileira, e o de melhor música em 2020 pelo espetáculo Terror e miséria no terceiro milênio – improvisando utopias, juntamente com Dani Nega e Eugênio Lima.

Daniel Minchoni é artista da fala. Fundou o Poesia Esporte Clube; Jovens escribas (RN); Sarau do burro, burruído, selo do burro, nolombo e nolombinho; Cabaret revoltaire; Menor slam do mundo; Slam do corpo; e Phala’cia, núcleo permanente de pesquisa em performance e fala poética (SP). Seus livros são: Escolha o título (2006); Iapois poisia; Ouvivendo e carnevais (2013); Nos be gods de olavo (2014); Ex-porro; Poema sugo (2014); e Rosário de boatos ou trancelim de outros.

 

Ron Daniels, sobre Lear, sobre Shakespeare
7 de agosto de 2020, às 19h30
(evento aberto ao público)
Convidado: Ron Daniels
Mediação: Marco Antonio Rodrigues

Neste encontro, os participantes conhecerão o mundo de William Shakespeare (poeta, dramaturgo e ator inglês) por meio do olhar do diretor Ron Daniels – estudioso e encenador de diversas peças dessa lenda da dramaturgia mundial. No Brasil, Ron teve um papel muito importante: foi um dos fundadores do Teatro Oficina e já dirigiu Raul Cortez em Rei Lear, além de peças como HamletMacbeth e Medida por Medida.

Ron Daniels é um ator e diretor brasileiro reconhecido internacionalmente. Em 1977, foi nomeado diretor artístico do teatro The Other Place, da Royal Shakespeare Company, e, depois de 15 anos dirigindo inúmeras peças como Hamlet, Sonhos de uma noite de verão e Henrique V, conquistou o cargo de diretor associado honorário da companhia. Ron também trabalhou como diretor artístico associado do American Repertory Theatre em Cambridge, Massachusetts (EUA), e como chefe do Institute for Advanced Theatre Training da Universidade de Harvard (EUA), onde deu aula de atuação e direção. No campo do teatro musical o seu trabalho é extenso e muito renomado. Ele já dirigiu peças apresentadas em teatros como Houston Grand Opera, Opera Pacific, Michigan Opera Theatre, Theatro Municipal do Rio de Janeiro, Opera Theatre of Saint Louis, entre muitos outros. No Brasil, teve um papel muito importante: foi um dos fundadores do Teatro Oficina e já dirigiu Raul Cortez em Rei Lear, além de peças como Hamlet, Macbeth e Medida por Medida.

 

Ficha técnica
Direção Artístico-Pedagógica: Lígia Cortez
Coordenação Geral de Graduação e Pós-Graduação: Daves Otani.
Coordenação Adjunta de Graduação: Simoni Boer.
Coordenação de Mestrado: Liana Ferraz
Coordenação de Pesquisa: Marcos Barbosa
Coordenação de Extensão: Janaína Suaudeau.
Coordenação de Curso Profissionalizante: Nani de Oliveira
Comissão Executiva:  Daves Otani, Janaína Suadeau, Marcos Barbosa, Nani de Oliveira, Simoni Boer, Tassia Cabanas e Vitória Cortez.

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