Curso, que não exige experiência prévia nas áreas, tem inscrições abertas até a primeira semana de abril
No palco ou em um set de filmagem, o trabalho de um ator, por melhor que seja, depende do olhar do diretor, que tem visão integral da cena. Da mesma forma, o encenador trabalha com os materiais e capacidades do ator. Pensando nessa relação tão próxima entre ambas as funções, a Escola Superior de Artes Célia Helena criou o programa de pós-graduação Artes da Cena: Atuação e Direção.
O curso tem inscrições abertas para processo seletivo. Interessados devem se inscrever pelo site da Escola, até a primeira semana de abril, enviando currículo e carta de interesse. A seleção também inclui uma entrevista — momento em que o futuro aluno comenta suas expectativas e conhece melhor a instituição e os detalhes do programa escolhido.
Curso junta teoria e prática e faz com que o aluno aplique suas ideias em exercícios cênicos – FOTO: EDSON KUMASAKA |
A pós-graduação em Atuação e Direção não serve apenas para alunos da área das artes cênicas, apesar de este ser o perfil de grande parte das turmas. “Como estudantes, já tivemos psiquiatras, arquitetos, advogados, assistentes sociais, arte educadores e professores dos mais variados segmentos”, diz Marco Antonio Rodrigues, diretor teatral e coordenador do programa.
Segundo ele, o curso atrai profissionais de diversas áreas porque trata, também, de estratégias de comunicação. “A pós graduação lato sensu, além do conhecimento e prática das artes da cena, permite o uso cotidiano de ferramentas que facilitam a troca de ideias e a transmissão de conhecimentos”, afirma.
Como é praxe nos cursos do Célia Helena, o programa confere autonomia aos pós-graduandos, que podem fazer seu próprio percurso pelos cinco módulos que compõem o programa. Há, no entanto, uma ordem sugerida: começa-se pelos fundamentos e perspectivas contemporâneas das artes da cena para que, no terceiro módulo, o aluno escolha o tema que norteará seu trabalho individual.
O caráter abrangente do programa é uma vantagem para o estudante, que entra em contato com diversos assuntos antes de definir a área em que fará um aprofundamento. “O curso apresenta um bom panorama das artes da cena, possibilitando que o aluno se especialize na área com a qual tem mais afinidade”, diz Daves Otani, também responsável pela coordenação do programa. “O projeto pode servir para intensificar o trabalho do artista ou mesmo encaminhá-lo para um mestrado.”
A união dos diretores e atores em projetos faz com que haja grande troca de conhecimento entre as funções |
Aqueles que desejarem focar apenas em direção ou atuação podem fazê-lo, mas a troca entre as áreas é, justamente, um dos trunfos do curso. O contato ocorre sobretudo nas atividades práticas, com exercícios nos quais cada um trabalha em sua função, mas com trocas bastante construtivas. Depois disso, os alunos escrevem memoriais analíticos, refletindo sobre os processos e as relações profissionais.
Apesar de o Célia Helena ser uma instituição com forte tradição teatral, os programas de pós-graduação não ficam restritos à linguagem do palco. Dependendo da vontade do aluno, é possível focar os trabalhos de atuação e direção em outras plataformas, como cinema e TV. “A pós é um espaço de invenção”, diz Rodrigues. “Não raro, somos surpreendidos por exercícios criados durante o curso e que ganham vida fora da instituição.”